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Autor Tote Nunes
| Fotos Antonio Scarpinetti
| Edição de imagem Paulo Cavalheri
| Postado originalmente no Portal Unicamp

A Unicamp e o Escritório de Representação do Ministério das Relações Exteriores em São Paulo (Eresp) iniciaram negociações para a participação da Universidade no projeto federal Monuem – que promove, para alunos da rede pública de ensino de São Paulo, a realização de simulações do que seria o plenário da Organização das Nações Unidas (ONU).

De acordo com o Eresp, o projeto, que surgiu na Universidade de Harvard há mais de 40 anos, oferece ao aluno a oportunidade de agir como um diplomata em um ambiente de negociação de temas vitais, representando um país.

O convênio entre as instituições foi debatido em encontro organizado pela Diretoria Executiva de Relações Internacionais (DERI) e realizado na manhã desta quarta-feira (28) na Unicamp. O encontro contou com a presença da embaixadora Irene Vida Gala, subchefe do escritório do Ministério das Relações Exteriores em São Paulo.

“A ideia é que estudantes da Unicamp ajudem a organizar o projeto em turmas do ensino médio da escola pública em São Paulo”, explica o professor Alfredo de Melo, assessor da DERI. “Os estudantes iriam estimular os alunos do ensino médio a se engajarem em discussões de política internacional, inaugurando um contato com a grande política das nações. Na verdade, trata-se de um estímulo à vida cívica e à cidadania internacional”, continua Alfredo de Melo.

O convênio entre o Escritório de Representação do Ministério das Relações Exteriores em São Paulo e Unicamp foi debatido em encontro organizado pela DERI

O assessor da DERI explica que o convênio ainda está em processo de estruturação, já que poderá envolver aspectos da extensão, além da necessidade de articulação com escolas públicas do município e outros organismos da sociedade civil. Segundo ele, a expectativa, no entanto, é que a partir 2023 a Unicamp possa ter uma primeira turma de Monuem, em Campinas.

“Já houve uma conversa anterior com a DERI, mas agora queremos abraçar esse projeto mais firmemente”, disse a professora do Instituto de Economia e chefe de gabinete adjunta, Adriana Nunes Ferreira. “Parece-nos algo fundamental. Inclusive aproveitando esse momento em que estamos envolvidos com o processo de curricularização da extensão”, acrescentou ela. “Essa pode ser uma atividade extensionista, que vai contribuir em muito para a formação dos nossos alunos e para a sociedade”, acredita a professora.

Ampliar a abrangência

De acordo com Irene Gala, o projeto já foi instalado em 12 escolas paulistas, mas o plano é ampliar a abrangência. “A ideia é começar a dar aos estudantes do ensino médio a dinâmica do mundo e mostrar a eles o quanto o internacional influencia na vida deles. E, sobretudo, essa pode ser uma perspectiva de carreira”, disse a embaixadora. “A perspectiva não seria necessariamente na área de relações internacionais, mas em carreiras que podem ter relação com temas associados à ideia de internacionalização, seja na área de pesquisa, na saúde, na área de exatas. É muito interessante perceber como eles entendem esses temas e passam a ter prazer por entendê-los”, acrescenta ela.

A embaixadora Irene Vida Gala ministrou palestra para alunos e docentes sobre política externa do país

Os desafios para a política externa brasileira

Além da reunião que tratou do Monuem, a embaixadora conversou com estudantes e docentes numa palestra realizada no Auditório “Marielle Franco” do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH).

Na palestra “Os desafios para a política externa brasileira em 2023”, Irene Gala disse que os esforços da diplomacia do Brasil a partir de agora são no sentido de “recuperar sua força institucional”. Segundo ela, decisões erráticas do governo federal ao longo dos últimos quatro anos prejudicaram a imagem da política externa do país, tradicionalmente muito respeitada no mundo.

“A diplomacia brasileira existe há 200 anos, mas hoje estamos desempoderados, desqualificados, ridicularizados”, disse ela. Por isso, alerta, é preciso reconstruir a imagem do país no exterior. “O Brasil está mal na foto, mas existe uma cadeira vazia [na mesa de negociações dos organismos internacionais], esperando pelo Brasil. O mundo está disposto a ceder para ter o Brasil de volta ao time”, finalizou ela.

A professora Silvia Maria Santiago, diretora executiva de Direitos Humanos, também participou do encontro com a embaixadora. Pela DERI, estiveram presentes a coordenadora para Cooperação Internacional, Angélica Torresin, a coordenadora de Mobilidade, Ana Paula Fontana, a coordenadora de Apoio a Convênios e Mobilidade, Mayara Ferreira Morais, e Ludmila Fávero Pioli.

Postagem Original em Portal Unicamp

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